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27-08-2011 02:34

CYBERBULLYING, mais uma ameaça

 

Saiba o que é e o que fazer

O CyberBullying é a forma virtual de praticar Bullying. É uma modalidade que vem preocupando especialistas, pais e educadores, em todo o mundo, por seu efeito multiplicador do sofrimento das vítimas. Na sua prática utilizam-se das modernas ferramentas da Internet e de outras tecnologias de informação e comunicação, móveis ou fixas, com o intuito de maltratar, humilhar e constranger. É uma forma de ataque perversa que extrapola em muito os muros da escola, ganhando dimensões incalculáveis.

Como o Cyberbullying acontece e como agem seus praticantes?

Acontece através de e-mails, torpedos, Blogs, Fotoblogs, Orkut, MSN. De forma anônima, o autor insulta, espalha rumores e boatos cruéis sobre os colegas e seus familiares, até mesmo sobre os profissionais da escola.

Mensagens instantâneas são disparadas, via Internet ou celular, onde o autor se faz passar por outro, adotando nicknames semelhantes, para dizer coisas desagradáveis ou para disseminar intrigas e fofocas. Blogs são criados para azucrinar e o Orkut é utilizado para excluir e expor os colegas de forma vexatória. Fotografias são tiradas, com ou sem o consentimento das vítimas, sendo alteradas, através de montagens constrangedoras, incluindo ofensas, piadinhas, comentários sexistas ou racistas. Essas imagens, muitas vezes, são divulgadas em sites, colocadas em newsgroups e até nas redes de serviços, ou divulgadas através de materiais impressos espalhadas nos corredores, banheiros, ou circulam entre os alunos, sem o conhecimento das vítimas. Quando descobre, seu nome e imagem já estão em rede mundial, sendo muito difícil sair ilesa da situação. Há casos em que a vítima tem o seu E-mail invadido pelo agressor, que se fazendo passar por ela, envia mensagens, com conteúdos difamatórios, com gravíssimas conseqüências para a vítima e seus familiares. A participação em fóruns e livros de visitas também são estratégias utilizadas pelos praticantes, deixando mensagens negativas sobre o assunto em questão ou opinando de maneira inconveniente. Votações são realizadas através de sites, para escolher ou eleger colegas com características estereotipadas. 

 

Qual o papel da escola frente o cyberbullying?

O papel da escola é de orientar seus alunos para o uso responsável e ético dos recursos tecnológicos, além dos perigos que podem representar. É importante que a escola alerte os alunos para não fornecerem informações para estranhos, mesmo que ache que são amigos virtuais, como senhas e fotografias pessoais e familiares, número de conta bancária, cartões de créditos e de telefones, endereço residencial, escolar e local onde os pais trabalham.

Por outro lado, precisa conscientizá-los sobre os tipos de crimes que são praticados on-line e que o “anonimato” e a menoridade não lhes isentarão das punições previstas em Lei. Mesmo que a maioria dos casos de Cyberbullying não ocorra dentro da escola, os professores precisam estar atentos para as relações interpessoais, pois tudo se inicia com uma piadinha na sala de aula, vai para a comunidade no Orkut e vira assunto no MSN. 

 

EXPERIÊNCIAS DE QUE JÁ PASSOU POR ESSE TRANSTORNO

 

 

Um dia de aula, na 5ª série, tocou o sinal, do recreio. E os alunos naquela bagunça no corredor não deixavam que passasse. Um deles colocou o pé para que tropeçasse e quase caí. Já entrei na sala furiosa, mas o pior ainda estava por vir. Aula de matemática, professor Carlos, significado de tortura. Como não tinha feito os exercícios por não entender as equações, fiquei com medo que ele me chamasse para resolver na lousa. Meu coração começou a bater disparado, senti como se estivesse cavalgando um cavalo selvagem, daqueles que não temos como dominar. De repente, ouço meu nome... “J, venha resolver o exercício 2, por favor!” Então, pensei, meu Deus se disser que não consegui resolver ele vai me xingar de burra novamente; se for até a lousa e errar, vou levar ponto negativo. O que fazer, então? Nem deu tempo para pensar e ele deu o giz na minha mão. Tive vontade de sair correndo. Comecei a fazer alguns rabiscos que nada tinham a ver. Ouvi um grito: “Não é possível! Será que vou ter que repetir 1000 vezes e você ainda não terá aprendido, é muita burrice para uma pessoa só...” Subitamente, senti que comecei a fazer xixi e tremia de medo. A vergonha tomou conta de mim. Um cenário de terror! Quando fecho os olhos lembro-me da disposição das carteiras, a intensidade da luz, o problema não resolvido, o professor a gritar, risos dos colegas. Estes mesmos risos e gozações estiveram presentes durante todo o meu ginásio, sinto que sobrevivi, mas não vivi uma parte de minha adolescência. Sentia muitas vezes vontade de lutar contra todos, queria eles todos sumissem da minha vida.Certamente ter passado por esta experiência resultou em influir muitas de minhas ações.

Este dia é presente em minha lembrança, porém ao submeter-me a seções de terapia, consegui fazer com que este acontecimento não resultasse em minha perca de auto-estima. E tive a certeza que um dia seria professora para curar completamente as cicatrizes que em mim foram abertas, mas através da responsabilidade sentia a necessidade de contribuir para que nenhum aluno fosse vítima de tamanho sofrimento.

Autor Anônimo